De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 0,1% na comparação mensal de fevereiro contra janeiro dos dados com ajuste sazonal. Na série sem ajuste sazonal, a variação interanual (em relação ao mesmo mês do ano anterior) também registou queda de 3,1%. Na análise do acumulado em 12 meses, as vendas registraram 0,9%, resultado que apresenta desaceleração desde maio de 2014.

Através da análise dos dados dessazonalizados, verifica-se piora na maioria dos resultados das categorias. O destaque ficou com “Combustíveis e lubrificantes”, que registrou queda de 5,3%, as categorias “Móveis e Eletrodomésticos” e “Materiais para escritório”, ambas com queda de 1,3%. As demais categorias ficaram configuradas da seguinte maneira: “Tecidos, vestuário e calçados” (-0,7%), “Hipermercados e supermercados” (-0,2%), “Artigos farmacêuticos” (0,8%), “Livros, jornais revistas e papelaria” (1,0%) e “Outros” (1,8%). Já o resultado ampliado do varejo, isto é, incluindo as vendas de materiais de construção e de veículos automotores, também registrou queda, de 1,1%.

A fraca atividade do varejo está refletindo os efeitos da pressão inflacionária e baixa confiança na economia. A deterioração da atividade econômica tornou-se visível pela mudança do comportamento de consumo e para 2015, o cenário continua sendo pessimista: enquanto perdurarem as medidas corretivas (fiscal e de crédito), o setor continuará a lidar com alto nível de preços e piora do mercado de trabalho - que já tem apresentado elevação do desemprego e desaceleração acentuada dos rendimentos reais. Sendo assim, por ora mantemos nossa projeção de crescimento do setor, com apenas 0,5% nas vendas varejistas restritas e queda de 4,0% no varejo ampliado.

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