De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 0,4% no resultado mensal de abril contra março, considerando a série dessazonalizada, sendo a terceira queda consecutiva no ano para o comércio. No acumulado do ano o recuo foi de 1,5% contra o mesmo período do ano passado, considerando a série sem ajuste sazonal. Na análise do acumulado em 12 meses, as vendas desaceleraram 0,8p.p. ao atingir 0,2%.
Para as categorias, na análise dos dados dessazonalizados o destaque ficou com “Materiais para escritório”, que registrou queda de 12,2% e para “Hipermercados e supermercados” que foi o único grupo a obter resultado positivo, de 1,9%. As demais categorias ficaram configuradas da seguinte maneira: “Outros” (-5,1%), “Tecidos, vestuário e calçados” (-3,8%), “Móveis e Eletrodomésticos” (-3,1%), “Livros, jornais revistas e papelaria” (-0,2%), “Combustíveis e lubrificantes” (-0,1%) e “Artigos farmacêuticos” (0,3%). O resultado ampliado do varejo, isto é, incluindo as vendas de materiais de construção e de veículos automotores, também registrou queda, de 0,3%.
A fraca atividade do varejo reflete em grande parte os efeitos da pressão inflacionária e baixa confiança na economia. A deterioração da atividade econômica tornou-se visível pela mudança do comportamento de consumo e para 2015, o cenário continua sendo pessimista: enquanto perdurarem as medidas corretivas (fiscal e de crédito), o setor continuará a lidar com alto nível de preços e piora do mercado de trabalho - que já tem apresentado elevação do desemprego e menor intensidade no crescimento dos rendimentos reais. Sendo assim, por ora mantemos nossa projeção de leve crescimento do setor, com apenas 0,5% nas vendas varejistas restritas. Já no ampliado, projetamos queda de 4,0% no varejo.