De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE, o volume de vendas no varejo restrito caiu 0,8% no resultado acumulado no primeiro trimestre de 2015 contra o mesmo período do ano passado, considerando a série sem ajuste sazonal. Na análise do acumulado em 12 meses, as vendas registraram aumento de 1,0%. A comparação mensal de março contra fevereiro obteve queda de 0,9% na análise dos dados com ajuste sazonal.
Através da análise dos dados dessazonalizados, a maioria dos resultados das categorias apresentou queda novamente. O destaque ficou com “Móveis e Eletrodomésticos”, que registrou queda de 3,0%, as categorias “Livros, jornais revistas e papelaria” e “Hipermercados e supermercados” registraram resultados semelhantes, de -2,3% e -2,2%, respectivamente. As demais categorias ficaram configuradas da seguinte maneira: “Tecidos, vestuário e calçados” (-1,4%), “Materiais para escritório” (-0,2%), “Artigos farmacêuticos” (1,2%), “Outros” (1,2%) e “Combustíveis e lubrificantes” (2,8%). Já o resultado ampliado do varejo, isto é, incluindo as vendas de materiais de construção e de veículos automotores, também registrou queda, de 1,6%.
A fraca atividade do varejo está refletindo os efeitos da pressão inflacionária e baixa confiança na economia. A deterioração da atividade econômica tornou-se visível pela mudança do comportamento de consumo e para 2015, o cenário continua sendo pessimista: enquanto perdurarem as medidas corretivas (fiscal e de crédito), o setor continuará a lidar com alto nível de preços e piora do mercado de trabalho - que já tem apresentado elevação do desemprego e desaceleração acentuada dos rendimentos reais. Sendo assim, por ora mantemos nossa projeção de crescimento do setor, com apenas 0,5% nas vendas varejistas restritas e queda de 4,0% no varejo ampliado.