A Demanda por Crédito do Consumidor recuou 1,2% em dezembro na comparação com novembro, já descontadas as influências sazonais, de acordo com dados nacionais da Boa Vista. Na comparação com dezembro de 2018, o indicador recuou 0,8%. Já no acumulado de 2019, houve avanço de 4% contra o ano anterior. Considerando os segmentos que compõem o indicador, o Financeiro apresentou elevação de 6,1% no ano, enquanto o segmento Não Financeiro registrou evolução de 2,5% na mesma base de comparação.

A trajetória do indicador ao longo de 2019 mostra certa estabilidade do ritmo de crescimento da demanda por crédito, refletindo ainda o tímido crescimento da economia e o mercado de trabalho fragilizado por elevadas taxas de desocupação e subutilização da mão de obra.

Além da necessidade de um avanço no mercado de trabalho, a melhora na avaliação sobre a recuperação da economia e a redução do endividamento e comprometimento de renda são fatores importantes para diminuir a cautela dos consumidores, afetando, com isto, o movimento da demanda por crédito.

Em dezembro, contudo, o indicador foi influenciado pelo segmento Não Financeiro e registrou a primeira queda após quatro altas consecutivas, eliminando em parte os reflexos positivos da disponibilização dos recursos do FGTS liberados a partir de setembro. Para os próximos meses, portanto, uma melhora nas perspectivas sobre o consumo e a redução das taxas de juros podem favorecer a demanda por crédito.

Segue abaixo a tabela contendo o resumo dos dados apresentados.

Metodologia

O indicador de Demanda do Consumidor por Crédito é elaborado a partir da quantidade de consultas de CPF à base de dados da Boa Vista por empresas. As séries têm como ano base a média de 2011 = 100 e passam por ajuste sazonal para avaliação da variação mensal. A partir de janeiro de 2014, houve atualização dos fatores sazonais e reelaboração das séries dessazonalizadas, utilizando o filtro sazonal X-12 ARIMA, disponibilizado pelo US Census Bureau.