Pioneira ao criar o posto de Chief Data Officer no Brasil, empresa de serviços se torna primeira companhia do hemisfério sul com certificado emitido pela DAMA
Por Information Week Brasil
Cada vez mais as corporações investem tempo e dinheiro na gestão da informação. Um movimento que começou há alguns anos com projetos importantes, sobretudo, em gestão do conhecimento, tem ganhado ainda mais força a partir da popularização da tendência que o mercado batizou de Big Data. Lidar com o amontoado de dados sempre foi um desafio, trabalhar essas informações de forma estratégica, suportando tomada de decisão e criando um ciclo de vida para esse dado é algo ainda mais avançado e necessário para se atingir um bom nível de maturidade em gestão e governança da informação. E é justamente nesta seara que a Boa Vista Serviços tem apostado.
Você vai concordar que, pela natureza do negócio da companhia, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), tal aposta faz todo sentido. Mas vale ressaltar que a abordagem ainda não é comum, especialmente, no Brasil. Desde setembro de 2011, por motivação do CEO da companhia Dorival Dourado, foi criada uma área exclusiva para tratar as informações dentro da Boa Vista, culminando com a criação da posição de Chief Data Officer (CDO), ocupada por Mario Faria.
Em entrevista à InformationWeek Brasil, o CDO explicou que, entre os meses de setembro e dezembro de 2011, trabalhou na estruturação da área e também na elaboração da melhor estratégia para lidar com a informação. Foi nesse período que tomou conhecimento da Data Management Association (DAMA) e da metodologia DMBOK que, como classifica o executivo, é um framework para trabalhar a gestão da informação, algo muito similar ao que é conhecido em projetos com o PMBOK.
Quando ele iniciou a implantação da metodologia na área, não tinha conhecimento da existência da certificação, mas, ao longo do trabalho e por toda a evolução atingida, a DAMA, dos Estados Unidos, entrou em contato para reconhecer o trabalho por meio da certificação de Maturidade em Gestão, Governança e Qualidade de Dados em nível três – o certificado vai de 1 a 5. Com isso, a Boa Vista se tornou a primeira companhia do hemisfério sul a receber tal reconhecimento. Até o final de 2013, o objetivo da empresa é chegar ao nível máximo, já que a meta do departamento é garantir a excelência na gestão e governança da informação.
“É um trabalho difícil, passamos a ser mais formais com as áreas porque você precisa de documentação. No começo, achavam que era burocracia, mas não é, só passamos a ter mais ordem. A empresa não pode depender do conhecimento de poucas pessoas”, comenta Faria, que iniciou o departamento com cinco pessoas e hoje já conta com uma equipe de 100 profissionais com as mais variadas formações, como biólogo, administração, engenheiro, estatístico e supplay chain.
Essa diversidade no time, aliás, é vista como um grande benefício. Hoje, é complicado definir qual a melhor formação para um cientista de dados e, com essa equipe, Faria entende que consegue aproveitar a vivência e a visão de cada um. E para extrair mais benefícios, a área, que responde diretamente para a presidência da companhia, tem uma relação bastante estreita com o RH, no sentido de buscar mais capacitação e treinamento, garantindo um pessoal mais qualificado. Uma das frentes da iniciativa, além de um bom plano de carreira, está o direcionamento para uma pós-graduação em gestão de dados; neste ano, seis profissionais foram encaminhados para o curso e outros seis seguirão o mesmo caminho em 2013.
É importante destacar essa questão dos profissionais porque, como frisou Faria, a grande chave do sucesso para uma empreitada como essa está nas pessoas. O executivo explicou que desafio de um projeto como esse pode ser dividido em três pilares: pessoas, processo e tecnologia da informação. Dos três, pessoas é o mais complexo. “Precisa dessa mobilização para que as pessoas comprem a ideia”, menciona, em referência ao investimento em treinamento e capacitação.
O trabalho da aplicação da metodologia DMBOK no departamento de dados da Boa Vista ainda deve consumir todo o ano de 2013. Como afirmou Faria, trata-se de uma jornada de dois anos. Toda a atividade é realizada com o apoio da Data Project Consultoria. Desde janeiro de 2012, quando a iniciativa foi lançada, a companhia já implantou Governança e Qualidade de Dados, Gestão da Arquitetura de Dados, Desenvolvimento de Dados e Gestão de Data Warehouse (DW) e Business Intelligence (BI).