O novo modelo de Cadastro Positivo – banco de dados com informações positivas de consumidores (Pessoa Física e Pessoa Jurídica) –, proposto para o Brasil já é uma realidade em muitos países e beneficia centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo. Por isso, para a Boa Vista SCPC, a importância de se compartilhar informações que ampliem o entendimento acerca dos impactos da nova lei do Cadastro Positivo para o país.
Segundo dados de fontes internacionais, nos Estados Unidos 40% dos consumidores tinham acesso ao crédito antes da implantação do banco de dados com informações positivas. Depois de entrar em vigor, este percentual saltou para 80%. Outra pesquisa do mercado norte-americano mostrou que aproximadamente 50% das pessoas ficaram mais propensas a pagar em dia quando souberam que o histórico de pagamentos influenciaria o score de crédito.
Na Argentina, um estudo do mercado local identificou que, mantendo a taxa de aprovação em 70%, o uso das informações positivas gerou uma redução de 75% da inadimplência. E na Alemanha, após o Cadastro Positivo, o acesso ao crédito chegou a ser até três vezes superior à média internacional. Na China, com o banco de dados positivo, o crédito atingiu 150% do PIB (Produto Interno Bruto), com reflexos significativos no crescimento da economia, enquanto no Brasil essa relação crédito/PIB é de 46,4%, o que mostra o potencial de crescimento do crédito na economia brasileira.
No Brasil, estudos da ANBC - Associação Nacional dos Bureaus de Crédito, da qual a Boa Vista SCPC é associada, apontam que o novo modelo de Cadastro Positivo pode representar para as empresas um aumento de R$ 790 bilhões (12% do PIB) na geração de negócios; injetar até R$ 1,1 trilhão na economia, além de possibilitar o ingresso de 22 milhões de pessoas no mercado de crédito.
Na opinião do superintendente de Serviços ao Consumidor da Boa Vista SCPC, Pablo Nemirovsky, as experiências do Cadastro Positivo em outros países, muitos deles em desenvolvimento, comprovam a sua eficácia para o crescimento do mercado já que inclui muitas pessoas que hoje estão à margem do crédito por não terem histórico creditício ou pontuação (score) suficientes. Além disso, se comprovou que o mesmo tem efeitos enormes na redução dos juros. E em países como a Espanha e a Austrália, a concessão de crédito duplicou em um período de três anos, após a implantação da medida.
Também em países onde o Cadastro Positivo já é uma realidade, Nemirovsky explica que houve queda do número de inadimplentes e de superendividados. Esse comportamento, segundo o executivo, vem sendo confirmado pela área de gestão de riscos e birôs de crédito da IFC (Internacional Finance Corporation), instituição multilateral que pertence ao Banco Mundial, e que acompanha de perto a implantação do banco de dados com informações positivas pelo mundo.
No Brasil, após sete anos da existência do modelo opt-in, no qual os consumidores fazem por conta própria a adesão ao cadastro de bons pagadores, aguarda-se a aprovação do Projeto de Lei Parlamentar 447/2017 na Câmara Federal, para que se torne automático (opt-out). Com esta mudança, os brasileiros realmente serão beneficiados, a exemplo do que acontece em outros países.
“Há estudos no Brasil que indicam que, com a nova lei, o Cadastro Positivo pode aumentar o PIB em 0,54% a.a., sem impactos na inflação. Estudos mostram também que as alterações propostas e que estão prestes a ser aprovadas serão um estímulo à concessão de crédito de forma mais justa aos consumidores”, completa.