No acumulado do ano, os pedidos sofreram queda de 2% e as decretações de falência aumentaram 22,7%
Dados da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), com abrangência nacional, mostram que os pedidos de falência em junho recuaram 17% em relação a maio, e 13,5% contra o mesmo mês de 2012. No acumulado de 2013, também houve queda de 2% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Falências Decretadas
As falências decretadas, por sua vez, cresceram 31,5% na comparação com o mesmo mês do ano anterior e acumulam aumento de 22,7% em 2013. Na comparação mensal, os decretos apresentaram queda de 4,1%.
Recuperação Judicial
Os pedidos e os deferimentos de recuperação judicial apresentam expansão no acumulado do ano de 16,7% e 49,1%, respectivamente. A tabela 1 resume os dados.
Tabela 1 - Variações nas Falências e Recuperações Judiciais |
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Jan-Jun 2013/2012 |
Jun 2013/Jun 2012 |
Jun 2013/Mai 2013 |
Pedidos de Falência |
-2,0% |
-13,5% |
-17,0% |
Falências Decretadas |
22,7% |
31,5% |
-4,1% |
Pedidos de Recup. Jud. |
16,7% |
58,8% |
37,3% |
Recup. Jud. Decretadas |
49,1% |
86,5% |
64,3% |
Fonte: Boa Vista Serviços |
O primeiro semestre de 2013 começa a apontar melhores tendências em quase todos os indicadores de insolvência das empresas. O ritmo de crescimento para os pedidos de falência vem diminuindo, enquanto que o ritmo de recuperação judicial aumenta consistentemente na comparação com o fechamento do primeiro trimestre deste ano, frente ao mesmo trimestre do ano anterior (quando variaram +5,0% e -1,6%, respectivamente).
Já o número de recuperações judiciais mantém seu elevado ritmo de crescimento no ano (cresceu 46,7% até o 1º trimestre), enquanto o aumento das falências decretadas ainda repercute resquícios do grande aumento de pedidos do passado recente (uma vez que apresentou alta de 13,5% até março). A esperada recuperação da atividade econômica e a expectativa de queda na inadimplência de empresas e consumidores devem favorecer a melhoria da situação financeira das empresas para os próximos meses do ano.
Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte
A tabela 2 mostra como estão distribuídas as falências e recuperações judiciais por porte de empresa no primeiro semestre deste ano. As pequenas empresas, por exemplo, representam cerca de 86% dos pedidos de falências e 98% das falências decretadas. Utiliza-se para a classificação de porte de empresa aquela adotada pelo BNDES e aplicável a todos os setores da economia[1].
Tabela 2 - Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte - Acum. no ano - até jun/13 |
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Pequenas |
Médias |
Grandes |
Pedidos de Falência |
86% |
12% |
2% |
Falências decretadas |
98% |
2% |
0% |
Pedidos de Recup. Jud |
90% |
7% |
3% |
Recup Jud decretadas |
86% |
11% |
3% |
Distribuição das falências e recuperações judiciais por setor
Na divisão por setor da economia, durante o primeiro semestre o setor de serviços foi o que mais contribuiu para o aumento do número nos pedidos de falência, ultrapassando o papel assumido pela indústria até o fechamento do primeiro trimestre. Assim a configuração ao final dos seis primeiros meses do ano fica sendo: serviços, com 38% dos casos, seguido do setor industrial (35%) e do comércio (27%). Para os demais dados, segue o resumo apresentado na tabela 3 abaixo:
Tabela 3 - Distribuição das Falências e Recuperações Judiciais por Setor |
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Indústria |
Comércio |
Serviços |
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Pedidos de Falência |
35% |
27% |
38% |
Falências decretadas |
23% |
39% |
38% |
Pedidos de Recup. Jud |
33% |
32% |
35% |
Recup Jud decretadas |
30% |
30% |
40% |
[1] A CIRCULAR Nº 11/2010 do BNDES de 05 de março de 2010 classifica as categorias de porte das empresas de acordo com a receita operacional bruta anualizada. Microempresa – menor ou igual a R$ 2,4 milhões; Pequena empresa – maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões; Média empresa – maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões; Média-grande empresa – maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões; Grande empresa – maior que R$ 300 milhões.