Os pedidos de falência registraram queda de 5,8% no 1º trimestre de 2015, em relação ao mesmo período de 2014, de acordo com dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), com abrangência nacional. Em março de 2015, o número de pedidos de falências aumentou 59,8% na comparação com o mês anterior, e foi 16,5% maior em relação a março de 2014.
No 1º trimestre de 2015, as falências decretadas subiram 15,7%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação interanual o aumento foi de 59,7% e permaneceram estáveis ante o mês anterior.
Os pedidos de recuperação judicial e as recuperações judiciais deferidas diminuíram no acumulado de 2015, mesmo que em menor intensidade, 15,2% e 23,3%, respectivamente. A tabela 1 resume os dados.
A piora do cenário macroeconômico e a improvável reversão dessa dinâmica no curto prazo influenciam os indicadores de solvência das empresas. Com as projeções de retração da atividade econômica, aumento nas taxas de juros e inadimplência, a Boa Vista SCPC prevê que os indicadores de falência fechem o ano em patamares superiores aos de 2014.
Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte
A tabela 2 mostra como estão distribuídas as falências e recuperações judiciais por porte de empresa no 1º trimestre de 2015, a partir dos critérios de porte de empresa adotados pelo BNDES[1].
As pequenas empresas, por exemplo, representam cerca de 85% dos pedidos de falências e 90% das falências decretadas. Tanto nos pedidos de recuperação judicial como nas recuperações judiciais deferidas, as pequenas empresas também correspondem ao maior percentual, 89% e 87%, respectivamente.
Distribuição das falências e recuperações judiciais por setor
Na divisão por setor da economia, o setor de serviços foi o que representou mais casos nos pedidos de falência (42%), seguido do setor industrial (30%) e do comércio (28%). Podemos observar que o setor de serviços perdeu representatividade nos pedidos de recuperação judicial, pois o comércio passou a concentrar a maioria dos casos (40%). Para os demais dados, segue o resumo apresentado na tabela 3 abaixo:
A série histórica do indicador inicia em 2006 e está disponível em: http://www.boavistaservicos.com.br/economia/falencias-e-recuperacoes-judiciais/
Metodologia
O indicador de falências e recuperações judiciais é construído com base na apuração de dados mensais de ocorrências (requerimentos e decretações) registrados na base de dados da Boa Vista SCPC, oriundas dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e de Justiça dos estados.
[1] A CIRCULAR Nº 11/2010 do BNDES de 05 de março de 2010 classifica as categorias de porte das empresas de acordo com a receita operacional bruta anualizada. Microempresa – menor ou igual a R$ 2,4 milhões; Pequena empresa – maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões; Média empresa – maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões; Média-grande empresa – maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões; Grande empresa – maior que R$ 300 milhões.