O número de pedidos de falências subiu 5,6% na média móvel trimestral finda em setembro na comparação com o resultado de agosto, de acordo com os dados da Boa Vista, que abrangem todo território nacional. Mantida a base de comparação, os pedidos de recuperação judicial também registraram alta, de 2,7%.

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Na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, os números ainda refletem a comparação com uma base elevada. Os pedidos de falências apontam queda de 19,0% e os pedidos de recuperação judicial de 25,2%. Isso não significa, porém, que o cenário econômico atual seja melhor. A despeito da pandemia, a economia, hoje “sob controle” em relação ao que fora observado no ano passado, se encontra num quadro um pouco mais vulnerável.

No mercado de trabalho, de acordo com dados do IBGE, a taxa de desemprego caiu pela 3ª vez consecutiva e atingiu 13,7% da população economicamente ativa em julho, ante 14,1% em junho e 14,6% em maio. Ainda assim, tais números apresentam algumas fragilidades, dentre elas, o aumento da, já elevada, taxa de informalidade, que passou de 40,0% para 40,8% entre os meses de maio e julho, além do aumento no número de pessoas subocupadas e da curva de rendimento médio apontar queda em 12 meses acumulados.

Soma-se a isso um quadro de inflação, tanto dos bens quanto do crédito, e um impasse de cunho muito mais político do que econômico, no que se refere ao avanço das reformas estruturais, que mais uma vez devem ficar para depois. O crédito mais caro pode inviabilizar alguns investimentos ou, até mesmo, a retomada de algumas empresas no período “pós-pandemia”, que cada vez mais se mostra como algo ainda pior.

Metodologia

O indicador de falências e recuperações judiciais passou a ser construído com base na média móvel de 3 (três) meses da apuração dos dados mensais registrados na base do SCPC, oriundos dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e da Justiça dos estados.