Cinco meses se foram desde o início do ano e com eles também partiram as melhores expectativas dos analistas de mercado, conforme acompanhamos semana após semana no relatório Focus do Banco Central. Como de costume, os analistas foram otimistas em suas projeções. Isso não significa que esperavam bons resultados, mas as projeções eram melhores do que os resultados observados.
Antes mesmo do ano começar, 2015 foi tachado como “o ano de ajustes”, seria um ano difícil, mas conforme os meses se passaram, o ano foi se mostrando ainda mais duro do que as expectativas apontavam. A atividade econômica esperada já não era das melhores em janeiro e de lá para cá o quadro só se agravou. A expectativa no início do ano era de um crescimento de 0,50% e pouco a pouco atingiu um recuo de 1,27% na última aferição do Focus, divulgado hoje. O resultado do PIB no acumulado em quatro trimestres (-0,9% no 1º trimestre) comprova que os analistas estão aproximando suas projeções da atual realidade.
O mesmo movimento pode ser observado nas demais variáveis macroeconômicas. A projeção para a inflação passou de 6,56% para 8,39% em cinco meses, o que justifica a expectativa de elevação da Selic de 12,50% para 14,00%.
A meta de superávit primário está cada dia mais distante. Mesmo com a revisão da meta para 1,2% do PIB, os analistas esperavam em janeiro apenas 1,0%. Os impasses no Congresso dificultaram os cortes e a redução da atividade econômica impactou diretamente as receitas. Com isso, até mesmo o atual 0,8% de expectativa parece um sonho quando observado o resultado de menos 0,77% registrado em maio. Os ajustes não aparentam surtir os efeitos esperados, e os atrasos começam a comprometer também o ano de 2016.