Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores 

A Alemanha, pela primeira vez desde 2007, tem superávit fiscal. O saldo positivo ficou em 0,1% do PIB, atingindo a meta fiscal quatro anos antes do prazo estipulado por Bruxelas para países da zona do euro equilibrarem suas contas. Contribuiu para o resultado o fato de Berlim financiar suas dívidas com os juros mais baixos da história dos últimos 40 anos.  Por outro lado, o país germânico anunciou que encerrou 2012 com uma expansão do PIB de apenas 0,7%, distante dos 3,1% em 2011. Um dos motivos do fraco desempenho foi a desaceleração das exportações.

Esses resultados mostram que, por um lado a Alemanha está sabendo aproveitar as oportunidades para equilibrar suas contas e dar o bom exemplo fiscal na Europa. Mas, por outro lado, não ajuda a recuperação europeia. É um superávit fora de hora. O fraco desempenho da economia é preocupante. A retração do último trimestre de 0,5% foi o maior em três anos. A previsão inicial do governo alemão de crescimento do PIB em 2013 de 1,6% foi refeita agora para apenas 0,5%.  A recuperação expressiva do comércio mundial fica novamente postergada, o que pode atrapalhar a retomada no Brasil.

Ed.106