Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores
Cerca de 90% dos produtos vendidos na chamada Aliança do Pacífico – México, Colômbia, Peru e Chile – pelo acordo de comércio fechado entre estes países, ainda no ano passado, deverão ter eliminadas todas as suas barreiras comerciais do próximo dia 31 de março em diante. A Aliança do Pacífico se move com rapidez no cenário mundial. Seus presidentes fazem reuniões por meio digital, sem sair de seus gabinetes. E pretendem atrair novos parceiros como Costa Rica e Panamá. A Aliança busca uma integração rápida, sem conotação político-ideológica, o que a aproxima de outra iniciativa, a TPP TransPacific Partnership (Parceria TransPacífica) de liderança norte-americana, em torno do Oceano Pacífico, com Chile, Austrália, Nova Zelândia, Cingapura, México, Malásia, Canadá e Peru.
A Aliança do Pacífico coloca o Mercosul em posição de desvantagem. Ao se lançar no ambiente sul-americano, a Aliança deverá atrair novos participantes, inclusive os que estão insatisfeitos com o Mercosul, como o Paraguai, que já pediu que fosse admitido como observador, mesmo não tendo abertura ao oceano Pacífico. Desde que o grande projeto de uma ALCA, Aliança de Livre Comércio das Américas, foi abandonado em 2003, o Brasil nunca mais conseguiu avanços significativos de parcerias comerciais regionais. A participação brasileira no comércio mundial está congelada abaixo de 2% do total mundial há décadas. Se pior não ficou, é pelo desempenho fora-de-série dos preços das commodities minerais e agrícolas, algo que a nossa política de comércio exterior não comanda. Em tempo: a execução dos leilões para concessão dos portos nacionais parou por pressão sindical.
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