Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores
O Banco Central informou na noite de sexta-feira que dará continuidade ao programa de swaps cambiais após o encerramento, previsto para esse mês, da segunda fase das intervenções promovidas pela autoridade monetária desde agosto de 2013. A decisão acabou com a incerteza que rondava o mercado, levando o dólar a fechar ontem com queda de 0,84% a R$ 2,23. O euro também recuou mais de 1%, fechando a R$ 3,03.
A decisão do BC em manter o programa de swaps, ainda que não tenha definido as condições de atuação, demonstra a preocupação da autoridade monetária com o impacto de uma possível alta do dólar sobre a inflação. Os fatores que pressionam a inflação estão presentes e preocupa o governo a possibilidade de que o teto da meta seja rompido próximo às eleições. No entanto, a estratégia de manter o real apreciado no curto prazo pode ser perigosa. O déficit em conta corrente é elevado, atingindo 3,65% do PIB no acumulado em 12 meses. Além disso, o quadro de excesso de liquidez na economia global pode se inverter devido à perspectiva de subida da taxa de juros nos EUA, afetando não apenas o Brasil, mas todos os emergentes.