Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

A situação europeia se agrava. As novas estatísticas e projeções, como a previsão negativa do PIB anual da região em 0,4%, o mesmo número já previsto pela RC Consultores desde o início do ano, derruba as expectativas.  De fato, 2013 apresenta um panorama bem diferente daquele antevisto pelo FMI e economistas oficiais. Nunca houve a recuperação esperada. O comércio mundial está negativo. O enfraquecimento geral vem sendo combatido por emissões vultosas de dinheiro. A redução a zero das taxas de juros é parte dessa terapêutica de desespero. O Banco Central Europeu cortou ontem o juro a 0,5%. De pouco adiantará.

Enquanto não forem renegociadas as dívidas de famílias, empresas e até de países com comprometimento excessivo, e com reduções corajosas de valor, restará impossível romper o ciclo vicioso que amarra a economia produtiva nos países centrais endividados. Isso implica numa complexa reestruturação bancária que os governos desses países prefeririam não encarar. No Brasil sofremos do mal ao contrário, pois não temos fraqueza de demanda, mas excesso. Daí as pressões inflacionárias surgindo por todos os lados, que o BC quer reprimir com aumento de juros, que continuarão subindo enquanto o governo não fizer sua parte, que seria corrigir o gasto público excessivo.

Ed.177