Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Enquanto Barak Obama se debate nos EUA pela reeleição, uma outra importante troca de guarda ocorre na China. Assumirá, nas próximas horas, Xi Jinping, no lugar do Hu Jintao. É uma nova geração de líderes, na faixa de 50 anos, que terá o comando da nação cuja velada pretensão é liderar ou dominar o mundo. Xi é de uma geração "light" pós guardas vermelhos. O poder na China está cada vez menos associado a sua origem revolucionária e de movimento de massas pobres. As massas hoje são ávidos consumidores.

A China de Xi tem problemas econômicos monumentais. Está desacelerando o crescimento em 2013 para menos de 7% (os jornais falam em 7,5% porém o número real é mais baixo). Pesquisa recente detectou pela leitura de relógios de luz que cerca de 30% da metragem construída na China moderna não tem consumo, ou seja, são metros quadrados vazios, da bolha imobiliária. Outra pesquisa revelou que cerca de metade de todos os ativos físicos da China foi construída e investida nos últimos seis anos. Não espanta que a rentabilidade do capital tenha caído a níveis tão baixos. Não é outra a razão de a bolsa de Shanghai ter um nível de valorização não superior ao que tinha em 2009, no ápice da crise financeira. Dificilmente Xi Jinping terá o espaço do antecessor para produzir uma administração sem crise econômica.

Ed.62