Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O Banco Goldman Sachs prevê que o crescimento do PIB global entre 2011 e 2020 seja de 4,1%. Nas três décadas anteriores este crescimento foi de 3,5%. O mais significativo é a origem deste crescimento. Ele se deve aos mercados emergentes. Os BRICs criaram em 2011 uma Itália em termos de produção econômica. O crescimento da China, em torno de 8%, equivale a um crescimento de 4% para os Estados Unidos. A China produz uma Grécia a cada 12 semanas e meia. Nos três anos de 2010 a 2012, a China criou uma índia.

O que chama a atenção é o crescimento desigual dos BRICs, em particular o fraco crescimento do Brasil. Enquanto no Brasil as reformas, sobretudo a fiscal, são postergadas, o México embarcou num programa de reformas que deve garantir ao país um crescimento perto do topo dos países da OCDE. A agenda inclui a expansão da base tributária para reduzir a dependência na receita do petróleo e alteração constitucional para permitir que a estatal Petromex entre em joint ventures com empresas estrangeiras, o que poderia permitir a economia do México se beneficiar da mesma revolução do xisto e do gás que está gerando um enorme impulso nos Estados Unidos. O Brasil deve ficar atento ao que se passa com alguns de seus vizinhos.

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