Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

O número é recorde: 19 milhões de pessoas estavam desempregadas na zona do euro em fevereiro. A agência de estatísticas da região, a Eurostat, divulgou ontem que a taxa de desemprego foi de 12% em fevereiro. A Áustria apresentou a menor taxa, 4,8%, seguida da Alemanha com 5,4%. Do outro lado, a Grécia, Espanha e Chipre apresentaram taxas de 26,6%, 26,3% e 14% respectivamente.

Embora o número seja recorde, a taxa de desconforto social na eurozona é ainda maior. É um múltiplo do desemprego, pois atinge também os empregados, que temem perder seus empregos. Por outro lado, os orçamentos, não só de Portugal e Espanha, mas também da Itália e França mostram os desequilíbrios da economia da região. Não seria surpresa se as tensões políticas e as incertezas constitucionais na região forcem um ciclo de subidas dos spreads de risco das obrigações emitidas pelos Tesouros desses países. Tudo indica mais turbulência à frente, com reflexos nos comportamentos das bolsas, inclusive a da brasileira, por ter comportamento recente mais colado às europeias do que à americana.

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