Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Contrariando as regras de boa gestão (“trabalhar quando é trabalho e descansar quando é descanso”) a presidente Dilma convocou assessores para despachar na praia e marcou reunião de emergência para revisão da situação do suprimento energético. Eliane Cantanhêde, da FOLHA, noticia que, da reunião da próxima 4ª feira, participarão as várias siglas envolvidas na questão – ANEEL, ANP, CCEE, EPE e o ONS  - todas integrantes de uma outra sigla, o CMSE, Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico que, por sua vez, responde a outra sigla, o CNPE, Conselho Nacional de Política Energética. A pergunta que não quer calar é porque só agora, em pleno 2013, todas essas siglas se reúnem, quando deveria ser rotina acompanhar números que só pioram desde o inverno de 2012.

Dados obtidos hoje do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) para o reservatório de Itumbiara revelam a intensidade da escassez hídrica. Em outubro de 2012 o reservatório já estava quase na mesma situação vivida durante o apagão de 2001, de amarga memória, pois condicionou o fracasso produtivo do segundo mandato de FHC, ao interromper a recuperação que vinha de 1999-2000. Possivelmente, a este apagão se deve, indiretamente, a sorte das eleições, em 2002, que elegeram Lula, e não Serra. O quadro que se avizinha em 2013 pode carregar algumas semelhanças. E atrapalhar o ritmo já prejudicado da produção nacional este ano. Sinal de mercado: o preço da energia livremente negociada já atingiu um patamar de crise.

Ed.99