Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores
O Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no País, registrou crescimento de 2,3% no ano de 2013. O quarto trimestre apresentou alta de 0,7% na comparação com o terceiro trimestre (série com ajuste sazonal). A Agropecuária, mais uma vez, foi o grande motor de crescimento da economia brasileira, com expansão de 7,0% no ano, embora no último trimestre tenha estagnado. O setor de Serviços apresentou certa inércia em relação a 2012 com crescimento de 2,0%. Comércio e Comunicações foram os grandes pivôs desse avanço dos Serviços, com crescimento de 2,5% e de 5,2%, respectivamente. A Indústria, por seu turno, registrou alta de apenas 1,3%.
Do lado da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo teve grande contribuição no ano passado com o incremento de 6,3%. Consumo das famílias e governo tiveram avanço de 1,9% e 2,0%, respectivamente. Este foi mais um fraco resultado para uma economia emergente da qual sempre se espera mais. Como disse Alexandre Tombini em entrevista recente à revista Exame: “Precisamos de novos motores na economia”. O aumento explosivo das despesas do Governo segue onerando os agentes econômicos, seja pelo contínuo aumento da carga tributária para financiar estes gastos, seja pela inflação persistentemente acima da meta, que faz com que os juros continuem se elevando (ontem o Copom anunciou mais um aumento de 0,25 p.p., elevando a Taxa Selic para 10,75% a.a.). O setor produtivo carece de competitividade. Sem a resolução de questões estruturais, a economia brasileira continuará crescendo aquém de sua capacidade. Fatores de risco externos e internos continuam rondando o ambiente em 2014. Este cenário só nos leva a crer que neste ano cresceremos ainda menos. A RC Consultores projeta um avanço de 2,1%, encerrando o período 2011- 2014 com o medíocre crescimento de apenas 2,0% ao ano e inflação de 6,1%.
Ed.374