Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O Secretário do Tesouro dos EUA, Jack Lew, alertou o Congresso americano de que pode faltar dinheiro para os EUA pagarem suas contas em outubro, sugerindo aos congressistas agirem rápido “antes de qualquer risco de calote tornar-se eminente”. O governo de Obama tem encostado no limite da dívida desde maio, mas tem tomado medidas emergenciais, como suspender investimentos em fundos de pensão para funcionários, para evitar declarar inadimplência sobre quaisquer obrigações.

Mais um ruído nos já estressados mercados parece estar próximo. Muito provavelmente os republicanos usarão a necessidade da elevação do teto da dívida para promover sua agenda no Congresso. Os EUA continuam com o problema de ajuste fiscal não encaminhado de forma sustentável. Os trilhões de dólares de déficits dos últimos anos, com perspectiva de crescimento, traz como consequência uma dívida Federal americana com trajetória insustentável. Além disso, outro tema que ainda não está no radar dos mercados, é com o futuro do serviço dessa enorme dívida de quase US$ 17 trilhões. Hoje o custo de rolar a dívida é suportável porque os juros são próximos de 2% ao ano, na média das várias maturidades. O mercado financeiro pode desconfiar que o risco de comprar títulos da dívida americana pode ser maior do que algumas agências de risco americanas apregoam.

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