Por Marcel Caparoz, da RC Consultores

O programa de compra de bônus americano teve ontem mais um corte de US$ 10 bilhões, reduzindo as injeções mensais de recursos na economia para US$ 65 bilhões. A decisão tomada pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) foi unânime e foi fundamentada no avanço positivo dos indicadores econômicos nos últimos trimestres de 2013, segundo comunicado divulgado pelo próprio comitê.

Com a redução do programa de injeção de recursos, temia-se uma alta dos juros de longo prazo nos EUA, o que prejudicaria a ainda frágil recuperação econômica do país. E aqui está a contradição. A diminuição das injeções na economia gerou um certo pânico nos gestores de recursos, o que provocou um aumento da turbulência dos emergentes, tendo como consequência a fuga de capitais para ativos de menor risco. O excesso de liquidez mundial provocou uma corrida para os treasuries americanos, levando as cotações para baixo. Ontem os títulos de 10 anos dos EUA estavam cotados a 2,69% a.a., uma queda de 31 pontos bases em relação ao início do mês, quando estavam a 3,00% a.a. Essa distorção é fruto do excesso de liquidez mundial. A volatilidade nos mercados financeiros promete se estender por algum tempo.

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