Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Apresentada aos investidores como a grande vedete do mercado em 2012, a oferta pública inicial (IPO) do FACEBOOK chegou ao mercado com um valor de US$38 por ação, listada em 17 de maio. Atingiu momentaneamente US$45, num curto auge de euforia produzida por projeções irrealistas. Milhões de ações trocaram de mãos naquele momento, quando o controlador – o talentoso Mark Zuckerberg - e vários bancos operadores da fase pré-bolsa, inclusive Goldman Sachs, puderam ter saída do investimento, entrando os compradores de varejo. Estes tomaram um prejuízo que, em apenas 90 dias, passa de 50% do valor de compra. A empresa, que valia US$100 bilhões, era cotada em US$43 bilhões na 5ª feira.

O movimento de ofertas maciças de venda decorre do fim gradual do bloqueio de venda de ações adquiridas antes da listagem em bolsa. Cerca de 2 bilhões de ações se tornarão elegíveis para negociação nos próximos 10 meses, segundo fonte do mercado.  Na semana passada, as ações valiam $19,87 e teme-se que a pressão vendedora não arrefeça. Os especialistas continuam “shorteando” Facebook.  Desde sua listagem em maio, o Facebook é o pior desempenho entre todas as ações acompanhadas no S&P 500 e no Nasdaq 100. A conotação desse fato é especialmente negativa para a credibilidade do mercado financeiro americano e para a confiança nos seus fiscais e reguladores, apontando a razão daqueles que consideram necessário um novo ordenamento ético nas finanças e nos modos de conduta do ainda principal centro do capitalismo mundial.

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