Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores
O jornal O Globo de hoje destaca que o rombo da indústria na balança comercial chega a US$ 100 bilhões. O resultado do segmento de manufaturas passou de superávit comercial de US$ 5 bilhões em 2006 para déficit de US$ 95 bilhões em 2012. As projeções do governo indicam que este ano o déficit da indústria vai atingir US$ 100 bilhões.
As dificuldades que a economia mundial enfrenta poderiam ser uma justificativa para o mau desempenho das exportações. Mas não. A queda pouco tem a ver com a crise ao se comparar a exportações brasileiras com as importações dos principais mercados. A China, principal comprador de produtos brasileiros, está importando 8,4% mais do resto do mundo, mas as exportações brasileiras diminuíram 2,2%. O mesmo acontece com Estados Unidos, Argentina e Chile, que aumentaram suas importações, mas as vendas brasileiras para esses países diminuíram. Se por um lado, as relações comerciais do Brasil com os principais parceiros não têm merecido a devida atenção do governo brasileiro, a falta de competitividade dos produtos brasileiros, com a alta carga tributária, infraestrutura deficiente e política educacional falha, tem ajudado concorrentes a tomar mercado que era do Brasil.
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