Por Marcel Caparoz, da RC Consultores
Um grave erro de planejamento na execução das obras das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, deverá gerar um grande desperdício de energia no ano de 2013. Devido a falhas de comunicação no edital de licitação ocorrido em 2008, diferentes equipamentos com tecnologias distintas entre si foram adquiridos pelas concessionárias responsáveis, ocasionando graves problemas de compatibilidade entre eles. Como consequência, parte da energia produzida pelas usinas não poderá ser escoada para o resto do país.
Este tipo de equívoco é imperdoável para qualquer país no mundo, e mais ainda para aqueles que buscam se transformar em economias desenvolvidas e competitivas. Experiências como o do gás de xisto nos EUA, que estão gerando um renascimento industrial por lá, são consideradas possíveis de serem replicadas em outros países, sendo necessários investimentos e “planejamento” adequado. Tudo o que não temos até o momento. O Brasil não poderia se dar ao luxo de abrir mão dessa energia barata e renovável das usinas do rio Madeira, num momento onde a utilização das caras termoelétricas é tão elevada e a queda da competitividade produtiva brasileira é tão evidente.
Ed.246