Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores
Ontem o Senado Federal aprovou o projeto de iniciativa do Executivo que cria 171 cargos comissionados no Dnit, na Sudene, na Sudam, na Sudeco e no Ministério da Integração Nacional.
Em dez anos o número de ministérios no Brasil praticamente dobrou. Passou de 21 em 2002 para 39 em 2012 com a futura criação do Ministério da Pequena e Micro Empresa. Ainda pode chegar a 40 se a promessa da presidente Dilma de criar o Ministério da Irrigação Nacional se concretizar. Para efeito de comparação, a Alemanha possui 16 ministérios, o Chile 22 e a Argentina 16. Para fazer funcionar essa gigantesca estrutura, o número de servidores ativos do Executivo passou de 809 mil para 984 mil funcionários, um crescimento de 22%. Os salários que consumiam R$ 59,5 bilhões em 2002, ou R$ 115,9 bilhões em valores corrigidos, chegaram a R$ 154,5 bilhões em agosto deste ano. Ou seja, em termos reais, um aumento de 33%.
O resultado desse gigantismo da máquina pública é o constante aumento dos gastos de custeio comprometendo o nível do investimento. Em 2011, a despesa pública subiu mais do que o PIB nominal. O setor público continua tomando espaço do setor privado na economia. Esse “crowding out” é devastador. As chances de uma aceleração efetiva dos investimentos privados neste ano e nos seguintes ficam cada vez mais reduzidas.
Ed.73