Os resultados da indústria e do comércio referentes ao primeiro trimestre do ano reforçam o que o mercado previa e temia. A retração da atividade econômica em 2015 parece não ser apenas uma expectativa fora da realidade, como mostra o indicador antecedente do PIB - o IBC-Br - divulgado hoje pelo Banco Central. A Pesquisa Industrial Mensal (PIM) já registrara que a indústria continua longe de aumentar sua produção. No acumulado do primeiro trimestre de 2015 contra o período equivalente de 2014, a indústria geral recuou 5,9%. A desvalorização do câmbio, além de não surtir efeito sobre as exportações, encareceu os bens de capital necessários para a indústria nacional.
Se o grave quadro em que a indústria se encontra não fosse o bastante para balançar o resultado da atividade econômica, o comércio já segue a mesma tendência de deterioração. Na mesma base de comparação, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) já apresenta uma queda de 0,8%. Reflexo de uma perda de poder aquisitivo das famílias e desaquecimento do mercado de trabalho, um ganho de confiança dos consumidores está cada vez mais distante.
O IBC-Br consolidou o mau desempenho da indústria e do comércio, registrando uma queda de 1,98% no trimestre contra período equivalente de 2014 e variação acumulada em 12 meses de menos 1,26%, corroborando com as expectativas do Relatório Focus, de queda de 1,20% no PIB para 2015.
Diante deste cenário macroeconômico preocupante, a retomada da confiança dos consumidores e empresários parece ser uma importante conquista para a reversão deste quadro. Para tanto, a manutenção da política monetária restritiva e os ajustes fiscais são fundamentais para a recuperação da economia. Mesmo que essas ações, no curto prazo, esfriem ainda mais a atividade, no longo prazo seus benefícios já são conhecidos.