Apesar do atual cenário macroeconômico, a inadimplência até o momento mantém-se estável. O fraco desempenho econômico, o mercado de trabalho desaquecido e as elevadas taxas de juros e de inflação não superaram os impactos positivos da cautela do consumidor e da seletividade dos concedentes. Pelo menos não por enquanto, como podemos observar pelos nossos indicadores.
De acordo com o Indicador de Registros de Inadimplentes da Boa Vista SCPC (divulgado no dia 11/08), o fluxo de consumidores que se tornaram inadimplentes tem permanecido relativamente baixo desde o final do ano passado, registrando na comparação acumulada em 12 meses (período que abrange agosto de 2014 até julho de 2015 contra os 12 meses antecedentes) uma elevação de apenas 1,1%.
Do outro lado da ponta, o Indicador de Recuperação de Crédito (divulgado hoje), obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplentes da base do SCPC, apontou queda de 2,6% na variação acumulada em 12 meses até julho. Esta amplitude também é considerada baixa e vem se conservando em um mesmo nível ao longo deste ano.
Com isso, os fluxos de inadimplência mostram-se estáveis e vêm sendo corroborados pela taxa de inadimplência do Banco Central, que também encontra-se em um nível baixo e estável, similares aos de 2014. Entretanto, esperamos que ao longo do ano a deterioração dos fatores macroeconômicos tenham um maior peso sobre a inadimplência, encerrando em patamares superiores aos do ano passado.