Por Thiago Custodio Biscuola
A economia brasileira contraiu pelo segundo mês consecutivo. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou em junho queda de 1,48% em relação a maio na série livre de influências sazonais. Em maio o índice já havia retraído 0,8%. Este resultado foi motivado pelo recuo de 1,4% da indústria. As vendas no varejo também retraíram sensivelmente (- 0,7%). Na série sem ajuste sazonal, o índice registrou queda de 2,15% frente a junho de 2013. Com este resultado o índice encerrou o primeiro semestre praticamente estável em relação a igual período de 2013 (+ 0,13%). Já o crescimento acumulado em 12 meses encerrados em junho se situou em 1,5%.
De acordo com índice a economia brasileira recuou 1,2% no 2º trimestre frente ao período exatamente anterior, indicando forte ameaça de recessão do PIB no período. Enquanto a economia desacelera rapidamente, os gastos do governo seguem crescendo a passos largos. O modelo atual de transferência de renda do governo funciona como uma faca de dois gumes. Se por um lado continua estimulando a demanda e o consumo das famílias, proporcionando um crescimento ainda que inercial dos serviços e varejo, por outro, o setor produtivo, que financia essa política por meio dos elevados tributos que incidem em cascata na produção, acaba severamente punido. Enquanto os salários continuam pressionados, a produtividade da mão de obra não consegue reproduzir esse ritmo. Ao mesmo tempo, a manufatura não consegue repassar aos preços o aumento de custo, definhando frente à concorrência externa. A complexa e elevada carga tributária necessária para sustentar o modelo contribui para o processo de desindustrialização. Este ano a produção industrial deverá recuar 1,5%.