Bruna Martins/Yan Cattani
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje o resultado da inflação (IPCA) acumulada em 2015, que atingiu o pior número desde 2002 ao registrar 10,67%. Apesar do índice ter ficado um pouco abaixo dos 10,78% esperados pelo mercado, a inflação ultrapassou o teto da meta (6,50%) e continua em patamar elevado de forma persistente.
O aumento dos preços neste ano foi motivado principalmente pelos preços administrados: enquanto esta categoria atingiu 18,06% no ano, os preços livres ficaram em 8,57%.
Para 2016, a possibilidade de cumprimento da meta de inflação já apresenta sinais de irrealismo, com o mercado prevendo níveis de 6,87%, de acordo com o boletim Focus do BC divulgado no início da semana. Para complementar o cenário, em relação aos juros, o mais provável é que não haja uma redução.
Essas preocupações não estavam presentes no cenário econômico brasileiro até meados de 2014, pois a taxa de inflação, desde a estabilidade monetária alcançada com o Plano Real, mantinha-se controlada. No entanto, o quadro agora é outro: a inflação está em alta, bem acima do teto da meta e não há sinais de reduções dos preços ainda este ano.
Ainda que a política monetária contracionista possa ser uma medida que causa retração da atividade econômica, uma nova retomada da inflação pode gerar problemas crônicos para economia brasileira. Ainda com essas medidas, 2016 será, novamente, ano de inflação alta e juros altos.