Por Marcel Caparoz, da RC Conultores
A inflação (IPCA) de agosto registrou alta de 0,25% no mês, implicando numa variação acumulada em 12 meses de 6,51%, novamente acima do teto estipulado pelo Banco Central. Influenciou o índice de preços neste mês a forte alta do grupo habitação (+0,94%), com destaque para a elevação do custo do empregado doméstico, da energia elétrica residencial, do aluguel, além do condomínio e da taxa de água e esgoto. Somente estes cinco itens somados representaram 70% da variação positiva do mês.
A inflação no Brasil permanece na mesma situação, pressionada. O baixo resultado de julho (+0,01) não significou uma diminuição da pressão, assim como a alta de 0,25% de agosto não indica o contrário. Este comportamento é sazonal, e acontece ano após ano. A redução dos preços dos alimentos no atacado deverá aliviar a inflação desses itens ao consumidor nos próximos meses. No entanto, a defasagem de alguns preços monitorados, como gasolina, energia elétrica e ônibus urbano, assim como a permanência da alta inflação dos serviços, podem mais do que anular os efeitos benéficos gerados pela queda dos alimentos. A inflação ainda não iniciou o processo de convergência para o centro da meta de 4,5% a.a., mesmo após as elevações da taxa Selic pelo Banco Central.