A divulgação dos fracos resultados do PIB na semana passada ainda repercute alguns insights econômicos. Avaliando pela ótica da demanda, a formação bruta de capital fixo (FBKF) acumulou queda de 6,9% em 4 trimestres, representando, portanto, uma considerável queda nos investimentos do país.
De fato, ao contrapor os dados da produção industrial divulgados hoje pelo mesmo instituto, o IBGE, o resultado produtivo já atinge perdas de 4,8% na avaliação acumulada em 12 meses. Na avaliação pelas grandes categorias econômicas, dentro das indústrias extrativas a majoração de preços do setor energético contribui para amenizar a queda quase generalizada das indústrias de transformação: enquanto a primeira categoria obtém alta de 7,8% no mesmo tipo de análise - impulsionada preponderantemente por itens como petróleo, carvão e congêneres - as indústrias de transformação apresentam queda substancial de 6,3%, sendo ainda mais dramática a avaliação de suas categorias de uso, com reduções de 14,5% para Bens de Capital, 5,4% para Bens de Consumo e 3,0% para os Bens Intermediários.
Juntando os cacos: enquanto a FBKF do PIB é continuamente reduzida, sua contraparte na ótica da oferta acaba também sendo afetada. Como entrave adicional à produção industrial, o Comitê de Política Monetária, o COPOM, deverá realizar novo aumento da taxa básica de juros nesta semana, atingindo um patamar de 14%.
Enquanto o ciclo de política monetária não favorece uma retomada do setor produtivo e a proposta de ajuste fiscal contribui para o corte dos investimentos, a queda da produção na indústria será parte do cotidiano. O Banco Central promete continuar sendo vigilante até atingir a meta de inflação e o ministro do Planejamento já admitiu que o ajuste deverá se estender pelo menos até 2016. Até lá podemos esperar fracos resultados para a indústria.