Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

O ministro da Fazenda deu um passo importante no programa de desoneração da folha ao incluir o setor da construção civil. A partir de março, o recolhimento patronal ao INSS incidirá em 2% sobre o faturamento. A Fazenda prevê uma perda tributária de quase R$3 bi. Mas ainda é cedo para conferir este efeito pois o modo de incidência sobre o faturamento do setor não  ficou detalhado no anúncio. A medida foi acelerada sem detalhes porque o governo se convenceu de que a recuperação da produção não vem acontecendo como projetara Mantega. E a cobrança política já está fervendo sobre o ministro.

A medida de desoneração da folha na construção é positiva, mas pouco alterará o humor empresarial que enxerga riscos em mais investimentos em um  momento de forte desaceleração "sincronizada" do PIB mundial. O Brasil lidera essa corrida ao contrário. E Mantega tem razão ao pedir ao IBGE que reveja os números do PIB deste ano. Algumas distorções no cálculo indireto  são evidentes, como o efeito negativo da redução dos spreads na estimativa do PIB do setor financeiro. Futuras revisões devem acrescer até um ponto percentual a mais em 2012, porém insuficiente para alterar o desânimo de vários segmentos, especialmente na combalida indústria brasileira.

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