Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

O novo boletim Focus publicado ontem projeta avanço na inflação de 2012, agora prevista em 5,35% contra 5,19% na média das opiniões do mês passado. Pesou na revisão do mercado uma seqüência de medidas do governo para colocar mais lenha na fogueira do consumo. A queda do adicional de recolhimento compulsório dos bancos (não confundir com a taxa principal, que permanece) é a decisão mais relevante. Porém, uma outra é de impacto rápido: a injeção de R$13 bi na Caixa Econômica Federal e mais R$8 bi no Banco do Brasil, destinados a financiar bens de consumo da classe C e materiais de construção. Esta operação é semelhante a que injetou recursos volumosos no BNDES no ano passado.

A Fazenda opera um grande esforço de empurrar os consumidores para as compras. E rebaixa o custo operacional da industria nacional. É um objetivo compreensível com os instrumentos equivocados. O consumidor brasileiro que toma emprestado já está no limite de endividamento. Uma derrapada maior da economia mundial dará um grande susto no governo.

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