Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Enquanto Dilma anunciava ontem, em Brasília, que 22 milhões de brasileiros deixaram de ser miseráveis nos dois anos de sua gestão com o avanço no cadastro do Bolsa Família (e reajuste de 45% no benefício) e o lançamento do Brasil Carinhoso (que tratou a miséria infantil ao introduzir um complemento de renda para filhos de até 15 anos). O Data Favela, com dados da PNAD, estimava que 60% da população favelada brasileira, em 2003 pertencia a classe baixa. Em 2011, essa porcentagem passou para 32%. Ao mesmo tempo, a população favelada pertencente a classe média, passou de 37% para 65%.

Esse salto na renda em todos os níveis de salários e benefícios públicos realmente mudou o perfil do brasileiro como consumidor, eleitor e, até mesmo, como investidor. Sobre este último aspecto, menos notado, a FenaPrevi, Federação de Previdência Privada, divulgou o avanço da poupança em VGBLs e PGBLs  em R$70 bi no ano passado, fazendo o estoque acumulado por 12 milhões de participantes saltar para R$325 bi no final de 2012. Foi um avanço de 31% só em 2012, mas o crescimento tem sido espetacular, na faixa de dois dígitos, desde 2000. Tais indicadores apontam um Brasil chegando à classe média, com algum patrimônio acumulado e alguma poupança em quase todas as faixas de renda. Como dinamizar essa sede de acumulação de riqueza é o desafio da política econômica oficial, hoje apenas parcialmente alcançado.

Ed.127