O Movimento do Comércio no Brasil continua a registrar recuos a cada nova medição. Os dados de julho da Boa Vista SCPC, divulgados hoje, mostram queda de 0,2% contra o mês anterior, e o acumulado das vendas no ano apresenta recuo de 1,2%. Em 12 meses, os números que apontavam crescimento de 0,4% em junho, agora já apontam 0,1%, e a expectativa é que já se tornem negativos nas próximas medições.
Nesta base de comparação os setores que apresentam os piores resultados são de “Móveis e Eletrodomésticos”, com queda de 1,1%, e o setor de “Tecidos, Vestuários e Calçados”, subindo apenas 0,1%.
O indicador continua apresentando desaceleração em sua tendência de longo prazo, fato observado desde meados do segundo semestre de 2014 - acompanhando o resultado oficial para o setor varejista medido pelo IBGE. Para 2015, fatores macroeconômicos como elevação de juros, piora do mercado de trabalho e inflação em patamar elevado continuarão afetando de forma intensa a confiança e o poder de compra do consumidor.
Os dados divulgados hoje só confirmam a queda constante da confiança do consumidor retratada no Índice Nacional de Confiança (INC), divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Este ambiente adverso provocou queda recorde na confiança de julho, e pela primeira vez em 10 anos o indicador ficou abaixo dos 100 pontos (84 pontos em julho). A principal preocupação apontada pelas famílias refere-se à situação financeira futura. Neste quesito, a pesquisa aponta que as famílias estão bem mais inseguras quanto ao mercado de trabalho, e consequentemente estão bem menos à vontade para comprar bens duráveis de maior valor do que estavam no final de 2014. A redução do consumo, neste quadro, é inevitável.