Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A Agência Nacional de Petróleo – ANP – anunciou ontem que novos dados geológicos da área gigante de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, sugerem que este seja o maior campo do país, com o equivalente a dois terços de todas as reservas aprovadas do Brasil. Essa descoberta fez a ANP antecipar o próximo leilão para outubro e determinar que Libra seja a única oferta do pré-sal.

O regime de partilha, criado para o pré-sal, determina que a Petrobras tenha que participar como operadora de Libra com um mínimo de 30%, mesmo que não participe do consórcio vencedor. Também terá que acompanhar o maior preço ofertado, mesmo que não esteja de acordo. A Petrobras, de alguma forma, admite que a compra da refinaria nos EUA, na gestão Gabrielle, por US$ 1,2 bilhão e a construção da Refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, em que o custo inicial foi multiplicado por sete, atingindo US$ 17,4 bilhões, foram erros graves de planejamento. Esses investimentos, acompanhado pelo atraso nos reajustes dos derivados de petróleo, acabaram por comprometer o caixa da empresa. A regra do regime de partilha aumenta o risco da Petrobras, em função da sua baixa capacidade de investimento atual.

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