Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores
Os dois metais mais especulados durante os anos de crise financeira mundial seguem agora um percurso inverso. A prata tem dado prejuízo aos comprados no metal. Na última sessão, na manhã de hoje, a prata caia ao nível mais baixo desde setembro de 2010. O preço chegou a US$20.84 por onça, uma queda de 9% sobre a cotação da última sexta feira, antes de retornar, ligeiramente, a $21.54. A prata costuma flutuar mais do que o ouro, imitando os movimentos deste. Uma combinação de maior oferta das minas produtoras e menor interesse dos compradores tradicionais como os asiáticos, e a Índia em especial, têm determinado as baixas sucessivas. O ouro chegou $1.338.95, um nível próximo ao mínimo dos dois anos passados.
Há motivos de inquietação entre os especuladores. O maior deles seria um recuo do FED em relação ao seu programa de afrouxamento monetário. A especulação altista em commodities minerais e agrícolas decorre deste fator não atrelado aos mercados e a suas respectivas ofertas e demandas. Assim também segue subindo a bolsa de Nova York, empurrada pela enorme liquidez criada pelo FED e pela sensação dos compradores de que não podem ficar de fora dos ganhos recentes. Porém, em vários desses mercados de ativos altamente especulados, já é grande o desconforto quanto à ausência de fatores de sustentação das altas ocorridas. É o caso da prata e do ouro, cujos recuos sinalizam tal temor.
Ed.188