Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

Com disposição para fazer o México se tornar um "tigre" na economia, o novo presidente assumiu esta semana prometendo uma nova era de desenvolvimento, baseada em eficiência e competitividade. Parece ser para valer. A iniciativa de enfrentar a China em um painel na OMC contra os subsídios chineses aos produtos têxteis que entram no mercado americano - centro da disputa - denota como os mexicanos agirão no comercio exterior com agressividade e senso de propósito. A China sentiu o golpe, impedindo que os EUA e a União Europeia acompanhem de perto as sessões na OMC precedentes à instalação da fase judicial dos processo. A China não  quer testemunhas para ouvir o que tem a dizer para fazer o México recuar em sua denúncia.

O Brasil deve ter grande interesse em saber como o México age. Nosso saldo comercial bilateral com os mexicanos tem se ampliado. Em autos e peças, onde já fomos superavitários até 2008, temos hoje um déficit de cerca de US$1,5 bi. Esse negativo deve aumentar em 2013, pelos incentivos que damos ao consumo interno, aliados aos obstáculos às exportações brasileiras. Não encaramos o tema da competitividade como essencial. Já os mexicanos são o primeiro emergente a bater de frente contra a China. Certamente, com alguma inspiração norte-americana.

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