Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores
Esta é uma semana importante para o mercado de petróleo. Na quinta-feira, a OPEP se reúne em Viena para definir se vai reduzir a produção dos atuais 30,25 milhões de barris por dia para 30 milhões. Embora alguns ministros de países produtores tenham afirmado que não haverá, necessariamente, um corte, a OPEP está muito pressionada pela elevada oferta não só de petróleo, como também, e principalmente, do gás de xisto proveniente dos EUA.
Alguns analistas do mercado do petróleo afirmam que os preços podem cair para 60 dólares por barril se a OPEP não fechar um acordo para um corte significativo de produção. Os contratos de petróleo acumulam uma perda de 40% desde junho, o que tem afetado o orçamento de países exportadores como a Nigéria, Venezuela e Rússia. Se a OPEP baixar a produção para defender sua rentabilidade pode, no curto prazo, sustentar alguma recuperação do preço. Por outro lado, uma eventual corte da produção poderia levar o cartel a perder quota de mercado face às empresas americanas. Na verdade, não só o petróleo tem tido queda de preços, várias commodities agrícolas e minerais têm sofrido redução substancial de valor. A menor procura global do ouro, por exemplo, resultado da perda da atratividade como ativo de refúgio, registrou o menor preço em quatro anos no início deste mês. As quedas acentuadas das commodities é o resultado da diminuição da excessiva liquidez fornecida pelos Bancos Centrais das principais economias, liderados pelos EUA e pela antecipação da expectativa de alta das taxas de juros americanas, que deverá continuar a ter impacto negativo sobre todas as commodities.