Por José Valter Martins de Almeida e Paulo Rabello de Castro, das RC Consultores
Depois de um período de alta, o preço das commodities agrícolas desabou na última quinzena. O café caiu 6,9% nos últimos quinze dias. A queda da soja foi de 9,9%, a do milho de 10,2% e a do algodão de 16,2%. O efeito da queda ainda não chegou às commodities minerais, exceto o petróleo, que só na última semana teve queda de 3,1% (WTI), apesar dos intensos conflitos no Oriente Médio.
O cenário externo de euforia sem nexo começa a mudar. O apetite pela especulação em commodities caiu drasticamente como consequência da expectativa do mercado de que o FED suba as taxas de juros a partir de outubro desse ano. A reação do mercado à possibilidade de subida de taxas de juros demonstra que devemos ficar atentos aos riscos do final de um ciclo de taxas de juros artificialmente baixas. No caso do Brasil, a situação se agrava pela alta dependência dos preços das commodities para fechar a balança comercial e não aprofundar o já enorme déficit em conta corrente. O câmbio deve refletir a insegurança dessa mudança. Tanto aqui como em outros emergentes.