Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores
A cotação do petróleo Brent abriu nesta segunda-feira com queda de quase 1%, cotado a US$99,83, abaixo dos US$100,00. A última vez que o Brent foi negociado abaixo dos 100 dólares foi em junho de 2013, mas por apenas dois dias. De forma consistente, apenas em 2012 o Brent se comportou abaixo desse valor. A pressão sobre a cotação ocorreu depois dos dados da China, segundo maior consumidor desta matéria prima, indicarem uma queda nas importações.
Apesar das tensões geopolíticas na Ucrânia e no Oriente Médio, o preço do Brent já caiu quase 10% este ano. O WTI também segue tendência de queda. A perspectiva para o petróleo a curto e médio prazos é baixista. Ainda que a recuperação econômica global ganhe ritmo, o que é pouco provável, o aumento da produção em diversas regiões do mundo não deve permitir que os preços sejam pressionados. O boom do xisto nos EUA tem redesenhado o panorama do mercado de petróleo. No entanto, essa queda de preço não será suficiente para gerar grande alívio na balança comercial brasileira da commodity. Este ano, a conta petróleo apresenta déficit de R$ 11,7 bi até julho. Tudo indica que o petróleo continuará pressionando a balança comercial, sobretudo pela importação da gasolina, que mesmo com a queda no preço do petróleo ainda manteve em agosto uma defasagem de R$ 0,17 por litro.