Segundo o Banco Central, o principal indicador antecedente da atividade econômica, o IBC-BR, apresentou diminuição de 0,1% entre dezembro e janeiro, pouco abaixo do projetado pelo mercado, que esperava alta de 0,1%. Na análise dos dados sem ajuste, houve queda de 1,8% frente ao resultado observado em janeiro do ano passado, enquanto na variação acumulada em 12 meses foi observada intensificação no recuo em 0.2 p.p., atingindo retração de 0,4%.
O resultado negativo na margem surpreendeu, uma vez que os resultados tanto da Pesquisa Industrial Mensal quanto da Pesquisa Mensal do Comércio apresentaram elevação no período (na análise dos dados dessazonalizados), de 2,0% e 0,8%, respectivamente, sendo estas as principais variáveis observadas na contabilização da atividade agregada. Ainda assim, quanto à análise da tendência, os dados somente deram continuidade ao cenário de debilidade da atividade econômica enfrentado nos últimos dois anos.
O valor registrado pelo indicador antecedente deverá agravar as projeções esperadas para 2015. Adicionalmente, deve-se também levar em conta a mudança de metodologia do PIB realizada na semana passada pelo IBGE. Sua principal revisão ocorreu na contabilização da categoria de investimentos. Enquanto para 2014 o cálculo ex-post revisão desta categoria deve manter-se próximo aos números observados ex-ante, para 2015 a série de desinvestimentos anunciadas tanto por empresas quanto pelo próprio governo federal deverão reduzir consideravelmente o cálculo agregado da economia.
Dito de outra forma, a mudança metodológica vira apenas uma questão intertemporal: enquanto os números passados foram em grande parte revistos para cima, para 2015 este mesmo cálculo deverá ser revisto para baixo. O fator revisão deverá intensificar a queda do PIB em geral, ainda mais em um ano em que os investimentos sofrerão grande retração. Sendo assim, o prognóstico do IBC-BR corrobora as expectativas de piora da atividade agregada em 2015, sendo possível já admitir uma considerável retração da economia para o ano também no cálculo feito pelo IBGE, situando-se em torno de -0,6% e -1%.