A inadimplência do consumidor - medida a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas informadas à Boa Vista SCPC pelas empresas credoras - mostrou-se estável em junho de 2015, variando 0,3% na comparação com o mês anterior, de acordo com dados de abrangência nacional, na avaliação da série com ajuste sazonal.
Considerando os valores sem ajustes por sazonalidade, a variação acumulada durante o primeiro semestre de 2015 já atinge elevação de 1% na comparação com o mesmo semestre do ano passado. Já na avaliação interanual (junho/2015 contra junho/2014) o indicador subiu 1,2%. Na tendência de longo prazo, avaliada pela variação acumulada em 12 meses (julho/2014 a junho/2015 contra os 12 meses antecedentes) a inadimplência apresenta alta de 1,5%.
Na análise regional de longo prazo (variação em 12 meses), observamos crescimento mais elevado dos registros nas regiões Centro-Oeste e Sul, com alta de 7,1% para ambas as regiões. O Norte e o Nordeste apresentam elevação na inadimplência de 1,4% e 1,1%, respectivamente. A queda de 0,5% da inadimplência na região Sudeste, por sua vez, ameniza a alta do indicador agregado do país.
Mesmo com a piora de alguns indicadores macroeconômicos nos últimos meses, como o aumento da desocupação no mercado de trabalho, elevação dos juros e dos tributos, entre outros fatores, o perfil do consumidor mais cauteloso ainda contribui para que não se observe grande deterioração na inadimplência das famílias. Os indicadores de crédito e consumo da Boa Vista SCPC vêm apontando há algum tempo recuo na demanda dos consumidores por crédito e no movimento do varejo, dados que corroboram a diminuição da tomada de dívidas por parte do consumidor.
Como os efeitos do mercado de trabalho e da política monetária devem continuar pressionando a capacidade de pagamento dos consumidores endividados, a Boa Vista SCPC estima que o Indicador de inadimplência do consumidor deva se elevar ao longo do próximo semestre, encerrando o ano com ligeiro crescimento, possivelmente com magnitude em torno de 3,0%.