Por Thiago Custódio Biscuola, da RC Consultores

O fraco desempenho da economia no terceiro trimestre deste ano foi confirmado esta manhã. O Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país, apresentou queda de 0,5% na comparação com o segundo trimestre de 2013 (série com ajuste sazonal). O setor agropecuário, que havia garantido o forte crescimento no 2Tri13, registrou queda de 3,5%, puxando o resultado para baixo. Já a indústria e serviços apresentaram ligeiro crescimento (+ 0,1%). Na comparação com igual período de 2012, o PIB teve expansão de 2,2%. Nos últimos quatro trimestres, o crescimento acumulado subiu para 2,3% contra 2% registrado no trimestre anterior.

Do lado da demanda a formação bruta de capital fixo foi o pivô da queda com retração de 2,2% em relação ao 2Tri13. Consumo das famílias e governo tiveram avanço de 1% e 1,2%, respectivamente. Dentre os fatores que impactaram neste resultado, podemos destacar: a) fragilidade das principais economias avançadas que impediu melhor desempenho das exportações; b) inflação persistentemente alta e ciclo de aumento dos juros que têm forçado ainda mais a desaceleração do varejo; c) indústria que mesmo com desvalorização do câmbio médio tem tido dificuldade para concorrer com os importados; e d) o arrefecimento do mercado de trabalho e o elevado endividamento das famílias, os quais corroem a confiança do consumidor. O trimestre em curso não parece trazer grandes melhorias. O PIB deverá registrar ligeiro crescimento, levando a economia brasileira a fechar outro ano de fraco desempenho, apenas 2,4%. O modelo de autoconsumo saturou. Prova disso são as perspectivas de crescimento para o ano eleitoral de 2014, que no melhor dos cenários deve ser semelhante a este ano.

Ed.325