O ambiente de retração dos negócios aumenta a dificuldade de geração de caixa das empresas. Os custos são rígidos e ainda sofrem o efeito dos aumentos tarifários. A saída para as incertezas de caixa normalmente vem na forma de empréstimos de capital de giro, que além de mais caros estão mais difíceis de serem obtidos com o maior rigor atual dos concedentes.
Nesse cenário, a capacidade de pagamento das contas das empresas fica mais comprometida. Dados divulgados hoje pela Boa Vista SCPC mostram que o fluxo de inadimplência das empresas em todo o país aumentou 9,4% no primeiro semestre de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014. O indicador é um somatório dos principais mecanismos de apontamento de inadimplência empresarial, sejam cheques devolvidos, títulos protestados ou registros realizados na base da Boa Vista SCPC.
Na tendência de longo prazo, os valores acumulados nos últimos 4 trimestres (terceiro trimestre de 2014 até segundo trimestre de 2015) contra os 4 trimestres antecedentes, a inadimplência cresce de forma mais amena, com elevação de 8,3%. Na avaliação interanual do trimestre (segundo trimestre de 2015 contra o mesmo trimestre de 2014), a elevação foi mais expressiva, de 10,7%. Já na comparação do segundo trimestre de 2015 contra o primeiro, o aumento foi de 1,9%, expurgados efeitos sazonais.
A inadimplência das empresas de longo prazo elevou-se de forma mais significativa, passando de 5,8% registrado no primeiro trimestre de 2015 para atuais 8,3%, ocasionado em essência pelo cenário de retração da atividade industrial e do varejo, desaceleração do crédito e níveis elevados de inflação e juros. Dada a conjuntura, espera-se que ao longo de 2015 o fluxo de empresas inadimplentes continue com tendência de alta e encerre o ano próximo do atual patamar deste primeiro semestre de 2015.