Por Bruna Martins
O relatório Focus divulgado hoje pelo Banco Central não trouxe muitas novidades. Embora os agentes econômicos tenham iniciado um discurso mais otimista na semana passada, as expectativas podem indicar um pouco de cautela. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 teve uma leve piora de 0,02 p.p., atingindo recuo de 3,88%. Para o próximo ano, a estimativa manteve-se em 0,50%.
Publicado na última sexta-feira, o resultado do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) pode ter contribuído com essa precaução. De acordo com o IBC-BR, a atividade recuou 1,44% no 1º trimestre de 2016 em relação ao trimestre imediatamente anterior. Em 12 meses, os números são mais intensos, passaram de 4,66% em fevereiro para 5,26% em março, indicando um início de ano pior do que o esperado.
Por outro lado, as projeções para a inflação e os juros apresentaram algum alento. Apesar de inalteradas para 2016 – a inflação continuou em 7,0% e a Selic em 13,00% – os analistas esperam novas reduções em 2017, podendo atingir 5,5% e 11,50%, respectivamente.
Desde o ano passado, a intensificação da crise política paralisou o país e com isso, as políticas econômicas foram se perdendo e as variáveis macroeconômicas se deteriorando. Entretanto, a episódica troca da presidência na semana passada parece ter dado um novo rumo para a economia. Contudo é cedo para avaliações definitivas, pois sua concretização e consequências ainda podem demandar mais tempo do que estamos dispostos a esperar