Por José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

A Petrobras anunciou ontem os resultados da empresa em 2012. O lucro de R$ 21,2 bilhões foi 36% menor em relação a 2011, o menor em oito anos. A dívida liquida cresceu 43% em relação ao ano anterior. O índice de endividamento calculado pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) passou de 1,66 para 2,77. O limite de 2,5 vezes estabelecido pela diretoria foi rompido no final do ano, levando a presidente Graça Foster a afirmar que a elevação de seu endividamento atingiu “níveis preocupantes”.

Esse resultado cria um impasse no governo. A presidente da Petrobras declarou que a queda do lucro líquido tem como um dos fatores a defasagem entre os preços da gasolina e do diesel importados e dos de revenda interna. Segundo Graça, o reajuste dado recentemente pelo governo foi insuficiente para eliminar a defasagem  e a convergência dos preços é fundamental para a previsibilidade do caixa. O ministro Mantega, por outro lado, sinalizou ontem que não há previsão de novo reajuste de preço dos combustíveis. O fato é que a política de contenção dos reajustes de preço dos combustíveis tem prejudicado o caixa da Petrobras e neste momento o governo tem pouca margem de manobra para aprovar novos reajustes.

Ed.120