Por Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores
Com importações caindo 8% em relação a jan-set de 2012, as vendas de veículos importados leves mostram o efeito cambial negativo sobre as decisões dos consumidores brasileiros de automóveis. Este recuo significativo do mercado interno em 2013 é ressaltado pelo avanço muito discreto de 1,1% das vendas internas da produção nacional no acumulado até setembro (2,094 milhões de veículos). Somando as vendas de veículos novos nacionais e importados, o dado até setembro se torna negativo, em torno de 1%, sobre o mesmo período de 2012. A novidade, este ano, é que ambas as estatísticas, de nacionais e importados, apresentam fraqueza, gerando aumento de estoques nas fábricas brasileiras.
A indústria automobilística passa a sofrer com um fenômeno novo: o varejo andando de lado, fato que começa a se espalhar em segmentos distintos do comércio, como vendas reais em supermercados (inferior, até aqui, em 2% sobre 2012). O consumidor brasileiro, definitivamente, entrou num “vibe” distinto da euforia dos anos que se seguiram a 2009. Em 2014, nada parece indicar a possibilidade de mudança substancial do humor desse consumidor, que se percebe mais endividado e mais pressionado por importantes itens de custos pessoais na área de serviços. Bom lembrar que o governo manteve o IPI reduzido para autos nesse período e já estuda estender essa vantagem.
Ed.298