Por Thiago Custódio Biscuola / José Valter Martins de Almeida, da RC Consultores

O Senado dos Estados Unidos confirmou as expectativas e aprovou para a presidência do Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) Janet Yellen, primeira mulher a assumir o cargo na instituição em 100 anos de história. A confirmação se deu por 56 votos a favor e 26 contra. A menor vantagem em toda história demonstra o ceticismo dos Republicanos, oposição, quanto às decisões e caminhos tomados pelo Fed nos últimos anos.

Yellen assume o lugar de Bernanke no início de fevereiro e chega ao poder com uma árdua missão. O grande desafio será dar continuidade à redução de compras de ativos e lidar com o ajuste nos juros mesmo com uma carteira de ativos extremamente inchada. A atividade econômica se recupera, mas ainda aquém do desejado. O desemprego se sustenta acima dos 7% e o consumo das famílias ainda cresce moderadamente. Enquanto vice-presidente do Fed, Janet foi uma defensora de medidas extraordinárias de estímulo à economia, com particular atenção para o mercado de trabalho e para os custos sociais do desemprego. Esse viés sugere que, embora ainda haja grande incerteza do mercado, o fim do programa de compra de ativos deve ser retardado. As críticas à atuação de Bernanke estendem-se agora a Yellen: a política de estímulos pode vir a criar bolhas nos preços dos ativos. No curto prazo, o Brasil pode se beneficiar com a menor pressão sobre o Real e sustentação das commodities. Enquanto isso, nos EUA, os índices de ações devem continuar sua escalada.

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